Resumen (Español)

Este trabajo analiza la práctica del "grau de rua" en el contexto brasileño, maniobras realizadas por motociclistas en la vía pública, semejantes al desporte stunt wheeling, pero desarrolladas en contextos urbanos periféricos y con motos convencionales. La investigación parte de la constatación de que esta práctica ha sido criminalizada institucionalmente por el Código de Tránsito Brasileño, pero también moralmente por la sociedad y el Estado, siendo asociada a la ilegalidad, al desorden y al riesgo. Ante ello, se intenta problematizar qué (o quién) se criminaliza: ¿la práctica en sí o los individuos que la llevan a cabo? Compuestos en su mayoría por jóvenes negros que viven en la periferia, los practicantes del grau construyen formas alternativas de apropiarse del espacio urbano, desafiando las normas establecidas sobre quién puede ocupar las calles y cómo debe moverse por la ciudad. El trabajo pretende comprender cómo se articulan las dimensiones espacial, racial y social en la construcción de una moral urbana que define y regula la movilidad legítima y marginal. Se interesa por analizar el "grau de rua" como forma de expresión cultural y territorial, tensionando las fronteras entre ocio, transgresión y resistencia, a partir de un enfoque etnográfico. Este estudio forma parte de una investigación doctoral en curso y pretende contribuir a los debates antropológicos sobre movilidad, juventud, criminalización y espacialidades urbanas. Al investigar cómo las prácticas de "grau" son objeto de control selectivo y represión, se pretende arrojar luz sobre los mecanismos de exclusión y las estrategias de resistencia desarrolladas por los practicantes, permitiendo reflexionar sobre los modos de existencia, circulación y organización de grupos históricamente estigmatizados, ampliando las formas de pensar la ciudad, el cuerpo en movimiento y las relaciones de poder que impregnan el uso del espacio público.

(Português)

Este trabalho analisa a prática do “grau de rua” no contexto brasileiro, manobras realizadas por motociclistas em vias públicas, semelhantes ao wheeling stunt esportivo, mas desenvolvidas em contextos urbanos periféricos e com motos convencionais. A pesquisa parte da observação de que essa prática tem sido criminalizada institucionalmente pelo Código de Trânsito Brasileiro, mas também moralmente pela sociedade e pelo Estado, sendo associada à ilegalidade, desordem e risco. Diante disso, há o esforço de problematizar o que (ou quem) está sendo criminalizado — a prática em si ou os sujeitos que a realizam? Composta majoritariamente por homens jovens, negros e moradores das periferias, os praticante do grau constrói formas alternativas de apropriação do espaço urbano, que desafiam normas instituídas sobre quem pode ocupar as ruas e como se deve mover na cidade. O trabalho tem como objetivo compreender como se articulam as dimensões espaciais, raciais e sociais na construção de uma moral urbana que define e regula as mobilidades legítimas e marginalizadas. Interessa analisar o “grau” como uma forma de expressão cultural e territorial, tensionando os limites entre lazer, transgressão e resistência, a partir de uma abordagem etnográfica. O presente estudo compõe uma pesquisa doutoral em curso e busca contribuir para os debates antropológicos sobre mobilidade, juventude, criminalização e espacialidades urbanas. Ao investigar como práticas do "grau de rua" são alvo de controle e repressão seletiva, pretende-se lançar luz sobre os mecanismos de exclusão e sobre as estratégias de resistência desenvolvidas pelos praticantes, tornando possível refletir sobre os modos de existência, circulação e organização de grupos historicamente estigmatizados, ampliando as formas de pensar a cidade, o corpo em movimento e as relações de poder que atravessam o uso do espaço público.