Selected Paper/ Paper Seleccionado
O homem novo, surgido da independencia em Moçambique
(Protuguês)
O presente resumo é resultado da investigação sobre as autoridades tradicionais e a criação do Homem Novo na implantação do Estado-moderno em Moçambique. É importante realçar que o poder tradicional teve diversas formas de expressão desde o séc. XX nos primórdios de sua existência, no período colonial e no período da construção do Estado nação.Importa realçar que após independência em Moçambique, foi difundida a ideologia do “Homem Novo”, que estava mais de acordo com os parâmetros de construção do Estado-Nação. Esperava-se que esse “Homem Novo” fosse diferente, que expressasse valores e aspirações integralmente diferentes. Lorenzo Macagno (2003) explica que a idéia do “Homem Novo”passou a ser um dispositivo mobilizador, uma ideia forçada, um objetivo fundamental a ser alcançado. Vieira (apud MACAGNO, 2003) afirma que a primeira vez que Samora Machel usou este termo, de forma central e sistemática – ou seja, a ideia do “Homem Novo”associada ao surgimento de uma sociedade nova –, foi em 1970.
A ideia da unidade nacional foi muito importante no período posterior à independência, e Samora Machel considerava que “para fazer nascer a nação é preciso matar a tribo” (MENESES, 2009, p. 24).
O presidente da República se inspirou nas ideias marxistas, que desmascarava as realidades coloniais camufladas “e apresentava um voluntarismo de fazer a história de transformar as sociedades e de caminhar para a criação de um Homem Novo, nisso era necessário libertar a pessoa humana de todas as forças de opressão e obscurantismo” (KI-ZERBO, 2010, p. 16).
Para isso, existiram várias motivações, para essa ideia nova, cujos alicerces estavam vinculados, pelo decorrer da Guerra Civil (1977-1992), que devastava o país. Ocorreu a operação Limpeza, no bloqueio das ruas, visando a captura dos desviados, opositores, desempregados. Paredes (2014) diz que essa ideia política visava o caráter moral da revolução em curso. Devia-se superar.
Em 1974 quando do governo de transição no país, teria posto em marcha a chamada Operação Limpeza. Esta política apresenta a ação de grupos militares vinculados ao governo realizando o bloqueio de ruas e becos do centro de Lourenço Marques (atual Maputo), fechando bares e cabarés.
Seu objetivo era prender “marginais” e agitadores da oposição. Parte destes presos foi levada para “campos de reeducação” popular. Conforme Thomaz, a política manifestava “o caráter moral da revolução em curso” (THOMAZ, 2008, p. 179), representando o caráter compulsório do enquadramento social vinculado ao projeto socialista.
O argumento apresentado era que se fazia necessário eliminar “vícios” sociais do passado colonial no que diz respeito ao racismo, colonialismo, ora aos valores burgueses, capitalista, e mesmo às fidelidades étnicas, regionais ou tradicionais. Trata-se, assim, do momento chave na forja de criação do “Homem Novo” em Moçambique (PAREDES, 2014).
anti-colonialismo, conhecimento local, identidade tradicional
presenters
Nosta da Graça Mandlate
Nationality: Mozambique
Residence: Mozambique
Presence:Face to Face/ On Site
Lurdes José
Nationality: Mozambique
Residence: Mozambique
Presence:Face to Face/ On Site